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Foto do escritorRAPHAEL COSTA

Aprendizados da crise

Atualizado: 19 de out. de 2020

Em 1929 o mundo vivenciou a grande depressão, tempos de desespero que foram superados e trouxeram como aprendizados o salário mínimo e seguro desemprego para os trabalhadores. Em 1979 vivemos a crise do petróleo, que também significa o marco da busca por fontes de energia renováveis. Ao que tudo indica estamos vivendo uma nova crise causada pelo corona virus, seja ela longa ou passageira, o que já temos aprendido até então?



Dá pra trabalhar remoto, e rendemos mais!

Apesar de haver ainda muitos executivos receosos do trabalho remoto, a crise fez com que diversas empresas tivessem que flexibilizar o ponto e permitir a modalidade, até mesmo o governo teve que rever as regras de vínculo empregatício para liberar o trabalho em casa. Com isso temos percebido que o ambiente informal e acolhedor de casa fez com que muitos trabalhadores tenham um desempenho maior entregando muito mais.


Devemos focar em resultados, não em microgerenciamento.

Por mais que seja um discurso pregados por muitos, na prática poucos praticam, a maioria das empresas ainda acredita que é importante saber exatamente em que seu funcionário gastou as horas, do que no resultado que ele produziu com aquelas horas. Um resultado claro do “você tem aquilo que você mede” se você mede horas, você tem um dashboard impecável das horas trabalhadas. Se você mede resultados, você tem resultados.


Confiança na equipe e transparência

Parte intrínseca do Home office é a confiança depositada nos funcionários, de que eles irão fazer o que foi acordado, que vão saber gerir seu próprio tempo sem ter alguém por trás indicando o próximo passo. Além disso as equipes terão que aprender a ser mais transparentes, e ter uma visão mais aberta do que está sendo desempenhado por todos, de forma a garantir o alinhamento do trabalho. Essa confiança e transparência é uma das chaves da liderança transformacional, e onde os milagres acontecem.


Qualidade de vida importa, e rende!

Conversando com um colega de trabalho da Alemanha ele me disse que tem trabalhado mais desde que começou a quarentena, e ele se sente menos cansado do que em um dia normal, isso porque ele está perto da família, das filhas e o ambiente familiar acaba forçando pequenas pausas que todos deveríamos fazer no ambiente de trabalho para manter a produtividade, mas nunca fazemos.


Uma economia voltada para o indivíduo.

Nessa última semana a Ambev anunciou que irá utilizar o álcool que sobra do processo da Brahma sem álcool para produzir álcool gel e irá doar para hospitais públicos. Ao mesmo tempo grandes bancos anunciam que irão prorrogar/não cobrar dívidas por 60 dias. E temos visto governos no mundo debaterem sobre não cobrar conta de água, luz e impostos municipais. Tudo isso mostra que a economia passa agora a querer ajudar diretamente as pessoas, e não mais subsídios a grandes corporações para manterem suas estruturas, este talvez seja o melhor passo que o liberalismo tenha tido nos últimos tempos.


A verdade é que os efeitos da crise ainda não estão claros, não sabemos até onde ela pode se estender, mas se em tempos de turbulência a esperança é quem nos mantem no caminho certo, tenhamos então a esperança que a partir dessa crise teremos equipes mais dinâmicas, com maior foco na qualidade de vida, espaços voltados ao trabalho em equipe transparente e que as pessoas sejam medidas pelos resultados que geram.

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